sábado, 8 de setembro de 2012

Acompanhamentos: Gente, Floresta e Água e Escola São Domingos

Nos dias 3 e 4 desse mês, Setembro, o Programa Capivara visitou novamente Santa Cruz do Capibaribe, mais exclusivamente para tratar do inicio das ações do projeto Gente, Floresta e Água, que tem como objetivo fazer um levantamento, junto a alunos do ensino médio, de locais com áreas interessantes para a educação ambiental e suas potencialidades. 
No primeiro dia acompanhei um subprojeto que trata da utilização de recursos tecnológicos para a educação ambiental, orientado pelo professor da UFRPE Gilberto Cysneiros e tendo como bolsista a aluna Maria Gabriela, da Escola Padre Zuzinha. Foi acertado um plano de trabalho para que a bolsista pesquise, por hora, os prós e contras das ferramentas midiáticas para a educação ambiental, para logo após começar a utilização dessas ferramentas.
No segundo dia fomos, eu e Renata, a Escola Municipal São Domingos. Eles transformaram a sementeira que tinham por uma horta. A explicação para isso é que a horta dava um sentido maior para os alunos que as cultivavam, já que as hortaliças (como cebolinha) crescem rápido e os alunos ainda desfrutam de se alimentar, na escola, com a comida que eles mesmos cultivaram, já que as hortaliças são utilizadas na cozinha da escola. Estão pensando em plantar novas espécies de hortaliças, e estão precisando de sementes e de um aconselhamento sobre quais especies vingam ou não no solo que eles tem.
Antes de começarmos a voltar a Recife, passamos no riacho Açudinho, no Município de Brejo da Madre de Deus, para conhecermos o local.

Significado do nome Capibaribe: uma versão não oficial

Nessa vida a gente morre e não sabe de tudo. Acabei de chegar de Santa Cruz do Capibaribe, em viagem para acompanhar o projeto "Gente, floresta e água" e falar com os professores da Escola Municipal de São Domingos e, em uma busca por um breve resumo sobre a historia do distrito de São Domingos, topei com um senhor interessante, uma pessoa curiosa, que em um período de sua vida teve como hobby pesquisar a historia dos nomes dos municípios que conhecia. Tudo começou, acredito, na década 60 ou 70.
Em uma busca pela origem do nome de Santa Cruz do Capibaribe, já resolvido a questão da parte "Santa Cruz" no nome, este senhor ficou curioso pela origem do nome Capibaribe. Um amigo seu disse que em Recife havia um lugar onde ele poderia pesquisar sobre isso, a Biblioteca Informativa dos Municípios de Pernambuco. E lá se foi nosso amigo, movido apenas pela excruciante curiosidade que não o fazia ficar sossegado, de Santa Cruz do Capibaribe para a cidade na foz do rio que dá o seu nome: Recife.
Após horas de viagem de uma cidade para outra, mais duas viagens de ônibus dentro de Recife e é chegada a hora da revelação. O sujeito, senhor hoje mas jovem naquela época, pede para falar com o chefe da biblioteca e explica sua motivação (de acordo com nosso relator, estava em uma pesquisa voluntária. Explica ele que deu essa desculpa porque ninguém nega nada para um voluntário de qualquer coisa, e que na realidade ele não mentiu, e sim era mesmo voluntário, voluntário da sua vontade). O chefe o olha com ar sério e diz que há alguém ali que pode contar a verdade para ele. Chama um senhor de uns 80 e tantos anos, mas ainda com vigor e lucidez aparentes, que explica a razão do nome, historia essa que agora vos relato.

Era época colonial, os negros eram trazidos como escravos, da África, pelos brancos. Os brancos eram senhores deles, e também de terras, principalmente no chamado antigamente "Mundo Novo" ou mais  especialmente, hoje, na América do Sul. Foi um período negro (sem trocadilhos, por favor) na história humana, onde o humanismo ainda era um bebê e atrocidades eram cometidas contra vidas humanas, sob o respaldo de falta de alma por parte dos negros, o que garantia uma qualidade de posse, assim como possuímos, hoje em dia, um chinelo. Porém era um chinelo que pensava, falava e agia, logo um chinelo que podia cometer infrações, e suas punições não eram nenhum pouco agradáveis de se ver: chibatadas, dias amarrados em um tronco, sem comida e sem praticamente água nenhuma, e no melhor dos casos a morte. 
A divisão das cidades, em Pernambuco, Brasil, diversas vezes era dada pelos limites dos terrenos desses senhores, reis da terra e das pessoas. Certa vez, neste estado, houve um senhor muito poderoso, dono de toda a terra fértil da beira de um rio, equivalente hoje ao trecho de Recife até Limoeiro.
 Lá na sua foz, no que seria hoje Recife, morava um dos seus escravos,  Baribe. Um dia Baribe tentou bulir com a filha de um dos compadres do sinhozinho, o que gerou uma revolta dentro do engenho. O nobre reuniu seus capatazes e perguntou qual a penalidade que eles achavam que Baribe deveria receber. Todos se juntam, confabulam, gritam, depois cochicham, e chegam a conclusão por uma castração. Ao verem Baribe, gritam em uníssono: "CAPI BARIBE!". Em homenagem a este sofrido, justa ou injustamente, personagem, o rio recebe este nome.

Com essa historia nosso amável senhor residente de São Domingos Saiu  ficou satisfeito tendo essa resposta como a verdadeira origem do nome do nosso amado e castigado rio.
Pode haver dentre os rostos que leram está pequena historia (ou seria estória?) um ar de desapontamento, outros de escárnio, e ainda outros de extrema repulsa de quem houve uma piada sem graça ou perdeu um bom tempo da sua vida. Apenas relato o relato (sic) que ouvi e que achei interessante, e confesso que eu mesmo não acredito nessa historia. Eu preciso não acreditar, pois se não, como seria a logo do nosso amado Programa Capivara?

sábado, 11 de agosto de 2012

Programação Ciclo de Palestras: Abordagens de Pesquisa Qualitativa

PROGRAMAÇÃO CICLO DE PALESTRAS
Datas
Palestra
Palestrante
16/08/2012
Introdução as correntes filosóficas que orientam a pesquisa qualitativa e a Pesquisa sobre perfil conceitual
Profa. Drª. Edenia Maria Ribeiro Amaral
Departamento de Química e Programa de Pós Graduação em Ensino de Ciências/ UFRPE. Doutora em Educação desenvolve pesquisas na área de Ensino de Ciências e atua com os seguintes temas: perfil conceitual, linguagem e cognição em sala de aula, contextualização e relação CTS no ensino-aprendizagem de ciências.
23/08/2012
Introdução à fenomenologia e hermenêutica
Profa. Drª. Carmen Roselaine de Oliveira Farias
Departamento de Biologia e Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências/ UFRPE. Doutora em Educação (UFSCar) desenvolve pesquisas nas seguintes linhas de investigação: ambientalização curricular; ambientalização das questões sociais; educação ambiental escolar; produção científica em educação ambiental e questões sociocientíficas no ensino de ciências.
30/08/2012
Introdução a Pesquisa-ação e uso do Diagnóstico Rural Participativo
Profa. Mª. Andrea Alice da Cunha Faria
Departamento de Educação/ UFRPE. Mestra em Extensão Rural (UFV) desenvolve pesquisas com ênfase na participação social, desenvolvimento agrícola, metodologias da pesquisa agrícola e diagnóstico rural participativo.
06/09/2012
A pesquisa histórica através da análise documental
Prof. Dr. Argus Vasconcelos de Almeida.
Departamento de Biologia/ UFRPE. Doutor em Psicologia Cognitiva (UFPE) desenvolve pesquisas nos seguintes temas: história da biologia, entomologia, livro didático de biologia, história da ciência e história natural do Brasil holandês.
13/09/2012
Introdução à Metodologia Interativa
Profa. PhD. Maria Marly de Oliveira.
Programa de Pós Graduação em Ensino de Ciências. Doutorado em Educação (PhD – Université de Sherbrooke- Quebec – Canadá). É autora da Metodologia Interativa e da ferramenta sequência didática interativa (SDI). Pesquisadora e Conferencista com experiências nas áreas de educação popular, formação de professores, desenvolvimento local, associativismo e cooperativismo.

Ciclo de Palestras Abordagens de Pesquisa Qualitativa: Fundamentos da Metodologia

Vale a pena conferir gente! Não esqueçam de se inscrever no email ciclodepalestraspc@gmail.com

domingo, 5 de agosto de 2012

II Seminário Regional do Programa Capivara no Alto Capibiribe

Aconteceu nos dias 27 e 28 deste mês o II Seminário do Programa Capivara no Alto Capibaribe. O intuito do evento foi o de discutir as práticas da educação ambiental, a apresentação das atividades e estratégias didáticas postas em prática pelos educadores da região do Alto da bacia do Capibaribe, bem como apresentação de propostas para 2012.2, feitas pelos bolsistas do nível superior do Programa Capivara.
A abertura ocorreu na Câmara dos Vereadores de Santa Cruz do Capibaribe no dia 27 pela manhã, com a mesa redonda: Educação Ambiental na escola: “que práticas estamos construindo?”, lançamento e recital do Cordel “O rio Capibaribe: um gigante Pernambucano”, de Roberto Celestino, cordelista de Taquaritinga do Norete, tendo em seguida uma sequência de apresentações das atividades relacionadas com meio ambiente e água, realizadas pelos professores e alunos das escolas participantes do Programa Capivara.
O segundo dia (28) iniciou-se com uma vivência de olhares e possibilidades das leituras de paisagens naturais. Durante o momento, foram discutidas também questões relacionadas à invasão da planta algaroba e a dificuldade de retirá-las das margens do Capibaribe e repor com mata ciliar nativa, ou ao menos mata nativa. Também contou, esse momento, com um momento simbólico, a plantação de uma muda de baraúna feita pelo mascote do programa, a Capivara.


Pelo horário da tarde houve a apresentação das propostas de novas atividades, a maioria delas feitas pelos bolsistas alunos da UFRPE, para o segundo semestre de 2012. O evento terminou com uma boa visão das práticas de educação ambiental na região, e os professores participantes se mostraram interessados nas propostas dos bolsitas.
Práticas como essa, onde educadores de uma área tem a oportunidade de apresentar seus trabalhos, suas ações, é de suma importância. Entre outros motivos, a possibilidade de conhecer práticas que deram certo, ou não, alimenta a carga de experiência dos participantes, bem como o senso de trabalho em conjunto, com o tempo, o trabalho em equipe, na área de educação ambiental, vai sendo construído, otimizando as ações no locais.
Para quem conhece o programa, acesse aqui.